Entre as chuvas Deixar o tempo passar. Mas não somos o tempo. Este tempo. Sempre a passar. E tudo se esvai. Livros lidos. Redes sociais a frequentar. Dia de chuva. O calor deu uma trégua. E sempre primavera em nossas almas? E os pássaros cantam. Hoje sem pressa. Sem pressão. A vida está aí. E uma velha escola. Quase cinquenta anos passados. Quem era aquele menino e quem é o homem? Na passagem do tempo? Joka Faria Outubro de 2025. Primavera.
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Mostrando postagens de outubro, 2025
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CAIXA-PRETA Juracy Ribeiro vivo no mundo da lua sobrevoando as nuvens em doidas acrobacias nas profundezas do oceano os últimos uivos lacrados e os destroços de um avião que perdeu o contato com a torre Manhã de segunda-feira. Lendo um poema de Juracy. E para que serve a poesia? A poesia é uma metafísica humana. Em tempos tão velozes, parar para ler poemas — ou uma velha série como A Grande Família — é um alento. O mundo é mesmo só o que vemos? Desde ontem debato com Solfidone sobre o metafísico. Deus, como apresentam as religiões, é uma incógnita. Mas pensar que só somos matéria é estranho. Gostei daquele Deus do Porta dos Fundos . Mas quem somos, neste nascer e morrer? Poetas devem ter escrito os livros sagrados. Hoje respeito a liberdade de crença das pessoas. Como foi lindo ver um casal montar uma decoração natalina no fim de outubro. Sei que não somos só matéria num corpo. Mas este debate é infinito. E nós somos finitos nesta vida. A vida é mais que trabalh...
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Uma canção que vira filme... em minha imaginação Joka Faria Uma música que retrata a vida de qualquer brasileiro dos seus interiores é “Romaria” , de Renato Teixeira — mesmo para aqueles que já não comungam da fé cristã. Acabo de ouvir os netos de Elis Regina cantarem essa canção no TikTok. Que emoção! Imaginem um roteiro de longa-metragem inspirado nela. Eu, que sou cronista e às vezes volto a escrever poemas que mal chegam a ser lidos, fico a pensar na arte de criar roteiros. Vi diversas músicas em um concurso de professores do governo federal que retratavam a realidade brasileira atual. Mas Romaria tem uma beleza que nos encanta profundamente. A primeira vez que a ouvi foi na infância, na década de setenta — numa madrugada. Fico imaginando como deve ser o processo de criação de músicas assim. Renato Teixeira, que já trabalhou com marketing, traz em sua obra uma sensibilidade humana indiscutível. Eu vivo a criar, mas nem sempre sei sobre o que escrevo, nem se minhas pa...
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Leituras num quarto Deus é uma obra de ficção para tentar nos aliviar. Isso é Deus: estamos sós. Em qualquer lugar. Perto de qualquer pessoa. Mas como é bom o silêncio da noite, quando se desliga o YouTube, deixa de conferir as redes sociais e deixa o WhatsApp sem abrir. Um livro talvez seja um Deus real. Uma verdade ou mentira de outro humano. Enquanto isso, os rios estão mortos, e a solidão não mede esforços para nos dizer que nada existe. E estamos caminhando para um fim. Mas o que dizer aos jovens? Às crianças? Desfazer as ilusões? Joka Faria, outubro de 2025
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Os Sertões Joka Faria Noites de insônias. Entre o deserto de ser. Quantos passos até o infinito? Sertões de andantes. Estreladas sem fim. O sol das estradas. Caminhos sem significado. Quem somos nesta beirada de abismo? Quem sabe o universo — um grande oceano? O céu azul. Casas à beira de estradas. Trazendo um passado que não mais existe. Quem fomos e quem somos nestes sertões?
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Um dia de sol e um concurso Joka Faria Zé Amâncio foi fazer uma prova de concurso num domingo ensolarado. Olhou o guarda-roupa e viu algumas roupas que estavam guardadas — peças que havia comprado há tempos. Zé sempre questionou tudo. Sempre foi assim. Achava a saia uma peça de roupa livre, leve. Então, resolveu usar. Saiu do quarto, e sua esposa nem estranhou. Ela já conhecia seu ponto de vista. No bairro, porém, foi um impacto: um homem de saia saindo da missa. Zé seguiu até o ponto de ônibus e entrou bem na dele. Desceu perto da escola. Lá fez a prova no domingo. Depois, foi ao shopping, com uma performática naturalidade. Os olhares de estranhamento o acompanhavam. O segurança disfarçava um sorriso. Assim é Zé Amâncio. Outubro de 2025
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As datas Joka Faria Para que servem as datas? Deveríamos esquecê-las. Datas. Se tudo vira passado, e o futuro é uma ilusão, quem criou os calendários? E a gramática de todo dia? A poesia é um ser vivente dentro de nós, inúmeras almas, somos inúmeras pessoas. Criar... criar... nos torna vivos, mesmo que esquecidos na manhã seguinte. Depois da morte, então tudo será passado, e as datas — sem nenhum sentido. Outubro de um século qualquer. 2025.
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Canção com gosto de nossa terra Joka Faria — Outubro de 2025 Como criar uma canção com cheiro de roça, maleável, para Deo Lopes e Juliana Linhares cantarem. Uma canção com sabor de terra molhada, trilhas desejosas nas cachoeiras, e o avistar do Atlântico. As canções nos falam de calma — Itamar Assumpção, uma cantiga valeparaibana, Eita Trem da Viração! Aí, nossas raízes, a Canoa de Ossos de Ricola, Rio Paraíba abaixo. Bola de meia... cantorias... Eita, vale de um rio cheio de lendas contadas por Chico Triste. Este é o vale cercado de montanhas, entre a Dutra, o rural e a língua falada, nos sertões do Vale.
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Utópicas tarde glacial Há, Edu Planchez — você e Cecília nos dizem tanto. Faltou Hilda Hilst neste banquete. Talvez Juracy Ribeiro. A poesia não é só silêncio. Tarde de primavera. Me conte, Edu, você que mora em Jacarepaguá: já viu a neve dos Andes? Descer à Patagônia. Domingo frio. Eu, entre uma prova e outra. E aquela canção nos diz que não devemos provar nada a ninguém. Quem somos nesta fantasia? Hei de escrever roteiros anarkikos. Joka Faria Outubro de 2025
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Caminhos das palavras Joka Faria Escrever com uma pena, nunca o fizemos. Eu escrevia com canetas em meus cadernos. Hoje, teclados. E agora, a IA... Tento voltar a escrever, correr os riscos de não acertar nas regras. Nós não inventamos a gramática — nem as IAs. Mas escrever vem da alma — e disso temos de sobra. Vejo diariamente, em salas de aula, o cativante aprender: juntar palavras e dar sentido a elas. O processo de aprendizagem. Meu dia a dia é cercado de palavras. O que seríamos sem esses códigos de escrita? Sem professores cujos nomes já nem guardamos, lá na longínqua infância. Este ofício é um aprendizado diário — uma construção coletiva de saberes, uma reflexão constante. João Carlos Faria 18 de outubro de 2025, sábado
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Onde foi parar nosso desejo por revoluções? Joka Faria Dias estranhos em que as palavras são distorcidas. Andam meio distraídas Tenho recebido críticas de que não sou eu. O mesmo. Então este é sem revisão do gpt. Que dizem que ele distorce minhas palavras. Sempre sou Eu em minha voz. Mas para assegurar. Dizem que perdi leitores mas leitores que nunca soube ter? Eu deveria sair da mesmice e escrever roteiros . Mas tudo é tão previsível. Mas o tempo está a favor ou contra nós? Tenho a impressão que vinte quatro horas hoje, já são dezoito de um tempo atrás andamos quase sem tempo. Num eterno cotidiano. Onde foi parar nosso desejo de revoluções? O cotidiano nos tira esperança. E uma luta de uma comunidade para manter seu parquinho reacende desejos. E o local da zona norte de São José dos Campos chama Vila Unidos não sei do desfecho de hoje. Mas vi ali esperança na humanidade. O povo se junta por uma ...
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Os Sertões de Euclides da Cunha Aventurar-se na leitura de Os Sertões, de Euclides da Cunha, é entrar num Brasil inesperado. Este livro deveria ser parte de pós-graduação. É um livro que requer estudos aprofundados. Tão magnífico quanto Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa. Felizmente, tenho que avançar muito nesta leitura. Como queria ter visto a montagem de Zé Celso no Oficina. Desbravem este livro. Estou na página 85, sem pressa. Releio ardorosamente este clássico que o mundo deve desbravar. Joka Faria 12 de outubro de 2025, domingo.
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Memoráveis antologias Tenho uma predileção especial pelas antologias de contos. Em homenagem a Alberto Renart, de quem li tanto o livro de poemas quanto os contos. Falta um coletivo de literatura na região — e essas antologias reuniram excelentes escritores. A Fundação Cultural Cassiano Ricardo, sem suas comissões, perdeu o sentido. Democracia participativa é um avanço na sociedade — só votar não significa muito, se não há o direito de decidir os rumos das cidades. ] Joka Faria 12 de outubro de 2025.
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A vida é fantástica. Mesmo sendo mesmice. João Carlos Faria Eu me revolto com minha caretice. Quando vejo o velório de Hermeto, eu me revolto. Aproveito a chuva que me molha e rompe minha rotina. Como é difícil ser careta. Ah, a juventude já passou... Mas e daí? A vida é movimento. A vida movimenta-se. Quem somos, em nossas desilusões? Cansado de mim mesmo, quero distância de tanta caretice. Mas como romper o ciclo, quebrar a ausência de desesperança? Quero mergulhar num filme que nunca escreveremos. Sou um poema não lido, esquecido em algum blog sem leitores. Minha caretice. Mas a chuva é uma trégua de vida... Há de morrer em vida? Que saudades dos que já partiram... Ah, o velório de Hermeto Pascoal — tanto choro, tanta vida, flautas e encantamento — e eu, em minha caretice. Cansado de mim mesmo. Terremoto entre abismos. Joka Faria 11 de outubro de 2025
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São José dos Desencantos Joka Faria Como uma cidade tolera que sejam destruídos parquinhos de crianças? E um prefeito continua a governar em paz — se é que alguém assim tem paz. Anderson Farias, por estas e outras, deveria sofrer impeachment. Um cara que acaba com festivais de literatura e música em nome da moral. Mas que moral um cidadão desses tem? E a cidade, em absoluto silêncio, em sua organização política? Cadê uma oposição com estratégia, que faça e articule as coisas de modo mais inteligente? Uma bela cidade que vai perdendo seus encantos. Não deve estar em mãos de gente que não sabe fortalecer a cidadania. Democracia não é só votar — é participação. E voto não é cheque em branco. Temos a ausência de uma câmara crítica, que só diz “amém”. Em silêncio. João Carlos Faria 9 de outubro de 2025
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Insígnias Moraseanas Fala, Edu Planchez. Teu silêncio é ouro, tua palavra, diamante. A poesia é uma preciosidade da palavra — revolucionária e incendiária quando rompe a mesmice da estética. O que é revolução na atualidade, em dias em que abutres censuram e todos permanecem num comovente silêncio? Refletindo os questionamentos do poeta Moraes. Joka Faria, outubro de 2025
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Navegando na praça virtual Toda forma de arte é encanto, quando se inova. No silêncio das redes sociais, quando desligo a TV, com vontade de dormir, entro a navegar: TikTok, Instagram, Facebook, X, YouTube. Vejo um mundo de artes e artistas a se revelar na pequena tela de um celular. Já não tenho vitrola, nem máquina de escrever. Só tenho uma TV conectada ao vazio existencial, um desktop, um celular — o vazio existencial diante deste silêncio de sábado à noite. Hoje atravessei a cidade, suas praças, padaria, mercado municipal. Devorei um acarajé na Praça Afonso Pena. Relembrei os concursos que fiz e não passei — e que agora já não irei mais fazer. Há os concursos que não passei. E a arte — entre danças, canções, poemas — desconectada das inteligências artificiais. Imagine aquele pequeno robô, dotado de inteligências artificiais... O que será de nós depois, em nossa desumanidade? Guerras. Gaza. Guerra. Gaza. Eu, infinito entre o nascer e o morrer. Quem sabe estamos a sonhar...
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Cenário Joka Faria Existir... o que é existir? Tem hora que tudo ao nosso redor é um imenso cenário de farsas... Afinal, onde estamos? Se perguntar: quem sou? quem é? Vestir-se. Alimentar-se. Amar. Existir... o que é existir? Nascer, onde tudo é desconhecido, cercados de regras... Corpos em que habitamos desde o nascer e, um dia, ao acaso, deixaremos? Sem saber qual portal atravessar? Quem somos? Que sabedoria nos revela o sentido da existência? João Carlos Faria Outubro de 2025