CAIXA-PRETA
Juracy Ribeiro
vivo no mundo da lua
sobrevoando as nuvens
em doidas acrobacias
nas profundezas do oceano
os últimos uivos
lacrados
e os destroços de um avião
que perdeu o contato
com a torre
Manhã de segunda-feira. Lendo um poema de Juracy. E para que serve a poesia? A poesia é uma metafísica humana. Em tempos tão velozes, parar para ler poemas — ou uma velha série como A Grande Família — é um alento.
O mundo é mesmo só o que vemos? Desde ontem debato com Solfidone sobre o metafísico. Deus, como apresentam as religiões, é uma incógnita. Mas pensar que só somos matéria é estranho. Gostei daquele Deus do Porta dos Fundos.
Mas quem somos, neste nascer e morrer? Poetas devem ter escrito os livros sagrados. Hoje respeito a liberdade de crença das pessoas. Como foi lindo ver um casal montar uma decoração natalina no fim de outubro.
Sei que não somos só matéria num corpo. Mas este debate é infinito. E nós somos finitos nesta vida. A vida é mais que trabalho e pagar boletos. Então me cerco de poetas. Uns metafísicos, outros nem tanto.
E assim vamos seguindo até o fim? Ou começo? Então nos diga, Solfidone: só somos um nada? Um animal que se diz racional?
Joka Faria
27 de outubro de 2025, aniversário do presidente Lula.
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