Desafios ao status quo
Por Joka Faria
Eu brinco: que, se pudesse, eu trocaria de corpo.
Tem uma série na Netflix que aborda essa questão do ponto de vista científico. Tem um personagem em homenagem a Edgar Allan Poe, Altered Carbon.
Lobsang Rampa diz que fez a troca. Mas, há eternidades, estamos trocando de corpos, segundo inúmeras linhas místicas. Quando morrermos… Envelhecer é algo desconfortável. Não pela estética, mas pela liberdade que tínhamos antes, e agora as limitações.
O suicídio é combatido por todas as crenças. Não sou ateu. Hoje estou na busca da consciência cósmica. Mas, neste supermercado de crenças, já tive inúmeras. Que, muitas vezes, me limitaram na liberdade sexual.
Mas onde realmente somos livres?
Se estamos presos às crenças, limitações econômicas, ao nosso corpo, e a este sentimento de perecimento ao mundo... Que, como Francisco, o papa — hoje deixou este plano. Viver é estranho. E morrer deve ser muito mais. Não lembro de minhas mortes.
Hoje sonhava que tinha um falo enorme. E acordo com dores insuportáveis, por causa de uma pedalada até Jacareí na sexta-feira.
Eu estou com o desafio de arrumar uma maneira de sustento. Já não tenho tantas vontades. Só escrever. Fazer vídeos. Quem sabe publicar livros sem nenhuma preocupação.
Acho interessante este registro de nossas vidas. Através das artes e da escrita. Às vezes, numa vida, já somos só memórias de um passado. Senti isso ao visitar a casa em que nasci — que não tenho nem uma ligação afetiva. Que lugar mágico na Serra da Mantiqueira, em Paraisópolis-MG.
Já tive experiências com homens. Mas gosto de mulher. Mas minha sina parece ser a solidão.
Estou brincando de desenhar com as inteligências artificiais, inventando roupas unissex.
Mas envelhecer não tem nada de bom... só a certeza da finitude. Gosto destes tempos tecnológicos, quase distópicos, onde a luta para sobreviver é manter a democracia.
Sejamos honestos com nossas limitações e a certeza da finitude. Liberdade é algo tão distante e quase inatingível.
Mas, ao menos, quando escrevo, desafio o status quo.
João Carlos Faria – 21 de abril de 2025. Segunda-feira
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