24 horas não bastam para os dias atuais?


Joka Faria

Por estes dias, retornei à educação. Hoje, tive um papo muito agradável com uma criança na faixa dos 4 a 5 anos. Durante a conversa, mencionei a Odisséia e brinquei com o nome dela, Helena, relacionando-o a Helena de Tróia. Isso desencadeou uma conversa interessante. Passei alguns meses sem trabalho, estudando para um concurso e acompanhando a mídia e as redes sociais. Além disso, agora, estou inserido em uma rotina que inclui trabalho, participação em podcasts e a criação de um vídeo sobre Paulo Ghiraldelli, que está viralizando. Será que 24 horas são suficientes para os dias atuais? Estou retomando alguns cursos para aprimorar minha qualificação profissional e planejo iniciar uma pós-graduação no segundo semestre. Tenho a certeza de que estou envelhecendo e me acostumando com a ideia de que diminui as vaidades ao nos vermos em vídeos e fotografias. Por outro lado, apesar de usar e me envolver nas redes sociais, talvez eu devesse frear um pouco. Assim como, a comunicação tornou-se um hábito social, que pratico há muito tempo, mesmo antes das redes sociais. No entanto, nada se compara a estar cercado de crianças o tempo todo, sem tempo para demonstrar cansaço durante o horário de trabalho e dando atenção redobrada aos pequenos. Enfrentar os desafios de trabalhar em uma creche é algo que, apesar do respaldo teórico de pensadores da educação e autoridades educacionais, considero bastante exaustivo para as crianças e adolescentes. Sei que a jornada integral tem sido um objetivo desde os pioneiros da educação, mas na prática, é desgastante. Contudo, não tenho nada contra as teorias e confio na práxis de Karl Marx, mas é inegável que é cansativo. Acredito que até mesmo para os adultos, a jornada de trabalho deveria ser reduzida para 6 horas em todas as profissões. Nesse sentido, imagine o impacto isso teria na rotina das das pessoas e familias. Vivemos em um eterno presente, refletidos pelos espelhos, fotografias e vídeos. Ainda assim, seguimos em frente, buscando refletir sobre a sociedade que nos cerca e da qual somos frutos.

João Carlos Faria
Maio de 2024

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