Então não saltarei de viadutos
Por Joka Faria
Para Edu Planchêz
A morte, que tanto causa estranheza... mas está aí, diariamente. E por que o medo diante de algo tão natural? Um ciclo de passagem. Quando nascemos, o tempo nos dá a mão e nos leva a ela — a morte. Então, respirar é uma dádiva.
Chegar aos cinquenta, como me disse Léo Mandi, é ter meio século de vivências. O corpo treme quando passo por viadutos, em caminhadas reflexivas. A morte não me levará assim tão fácil...
Mesmo com os inúmeros dissabores — existir... o que é existir? Ser humano é uma dádiva. Hoje vi um cachorro sonhando. Fracassar ou vencer... mas iremos morrer.
Acabei de ler Hamlet, de Shakespeare. Vou ler cenas de peças nas redes sociais. Dobrar a aposta, como sempre fala Franklin Maciel. Descobrir as brechas, né, Beth Brait?
A vida é tão desigual. O silêncio diante de Gaza... Será que realmente somos tão ocidentais assim? Cadê a cultura dos povos originais? O tupi, o tupi de cada dia?
Redes sociais — mas o livro sempre em minhas mãos. A necessidade de escrever.
Então, não saltarei de viadutos.
Não somos tão livres. Frutos, sempre, do meio. Sentados à beira da calçada — a vida é mais que telas.
Hoje vi isso ao sair para comprar o pão da tarde. A vida pulsante num outono.
Fracassar ou acertar faz parte deste circo.
Este imenso circo.
Joka Faria
4 de junho de 2025, quarta-feira.
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