Canção ao vento da tarde de outono
Dedicado a Kika Campos
Me silêncio.
Dias frios.
À tarde, um vento entra pela casa,
mesmo com o sol.
Acidentalmente descobri Úrsula Carol Alvorado.
Há o Peru,
tão longe de nossas realidades.
Dias e dias de outono.
Nunca vi a neve, nem sei se verei.
Somos tão latinos,
e de costas para a América Espanhola.
Por que ainda a língua portuguesa,
se é uma língua brasileira?
Imagine, há séculos, falar tupi.
A poesia de Úrsula foi um acidente.
Mas não existe acidente.
A poesia é nossa alma.
Para mim, eu viveria num lugar sempre frio:
Monte Verde,
Campos do Jordão,
Maria da Fê.
Eu aqui, um acidente.
A vida que escorre.
Em alguns anos, a ausência de tempo.
Quando seremos livres?
A poesia acontece quase sem querer.
E a morte sempre nos aguarda
numa esquina qualquer.
Por acaso existe poesia para a morte?
Joka Faria
2 de junho de 2025
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