Memória das montanhas Quero fazer um fogão a lenha. Para que me serviria? Para recordar meus antepassados. Memórias de dias tão longe. Talvez um oceano ou galáxias de distância Tudo se torna memória Quero fazer um fogão a lenha .. Joka Faria 24 de Outubro de 2024
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Mostrando postagens de outubro, 2024
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E não haverá revoluções nos grupos de WhatsApp Por Joka Faria O fim de semana se foi, e a madrugada aguarda a classe trabalhadora. Mas já não nos vemos como classe. Como gritar "Trabalhadores do mundo, uni-vos" se todos se acham empreendedores? Igrejas lotadas de almas vazias. E onde estão os comunistas nas ruas? Não, não haverá revoluções nos grupos de WhatsApp. Uma direita que tenta se entender como liberais... São Paulo às escuras. Encontrei Fernando Pessoa caminhando entre os marginalizados, ao lado de Padre Júlio Lancellotti. Para que servem os partidos políticos? Uma travesti é alvejada na periferia, mas sobrevive. Só quem não sobrevive é a senhorita Esperança. Mas ela sempre se ergue, mesmo após a morte. A senhorita Utopia lhe dá a vida. Quem caminha pelas madrugadas das grandes cidades vê o desespero dos desabrigados. Que esperança podemos oferecer aos desvalidos? Nas feiras, os preços estão cada vez mais altos. E a questão climática é negada. O agro é tóxico. E nos
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A Sagrada Chuva Gotas de chuva se avolumam e, na noite, caem. O que seríamos sem o sagrado da chuva? O frio da primavera nos mantém em casa. Só nos resta cantar a canção da chuva, aquela que nos traz a vida. É primavera.E escrevo absurdamente sobre a chuva nesta noite de sábado. Como viver sem experimentar essa bênção? Eu nas estradas da mantiqueira, sentindo a chuva fria molhar minhas roupas. Agora, em minha alcova, ouço o som suave da chuva e me entrego ao som da chuva que cai.E vento. E canto, e canto a canção da chuva nesta primavera, no silêncio de minha casa. Joka Faria 19 de outubro de 2024
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Pinóquio é uma possibilidade nos dias atuais? Por Joka Faria CONTEMPORANEIDADE CORPOS SE COLIDEM E SE PERMITEM CORPOS SÃO UM AMONTOADO DE SOLIDÕES MATÉRIA DE PUTREFAÇÃO Moraes A possibilidade de arte e fantasia humana é devastadora. Estou vendo no X o desfile da Victoria's Secret que aconteceu há alguns dias. E, num debate em um grupo de WhatsApp sobre a finitude com o poeta Moraes, percebo que, ainda bem, existe a escrita como uma das artes para registrar a vida. O que realmente somos? Tantas guerras, fome... miséria e tanto luxo? As redes sociais tomam nossas vidas — um vício e um aprendizado constante. Tenho um poema no meu livro Retinas , Um anjo de asas vermelhas . Depois eu leio, já que não acho saraus em minha cidade. Ontem, me deliciei na seção feminina das lojas de departamentos no shopping. O modo de vestir masculino é tão careta e sem noção para a atualidade. Nos anos 60 e 70, a moda era uma festa andrógina. Que o digam Mick Jagger, Caetano Veloso e Ney Matogrosso, í
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O vermelho sangue das pinturas de Diego El Khouri Por Joka Faria Da leitura do poema de Edu Planchêz para Diego El Khouri As palavras têm asas. Despenca Ícaro do céu das palavras. Através do mergulho no caos, as cores de Diego El Khouri: o vermelho… vermelho… Nero incendiou… palavras… Por onde andas, deuses? Já estamos à borda do abismo. Vermelho, vermelho, vermelho… As asas de Diego mergulham no abismo, vermelho, vermelho, vermelho. O sangue rasgado nas veias da América Latina. Afinal, quem somos além desta ilusão? Quem somos? Quando perdemos nossas asas? Vermelho… do sangue que jorra… Nossos corações refletem nossa real existência. Quando se rasgará o véu que não nos deixa ver as bordas da galáxia? Vermelho: o sangue nas telas de Diego El Khouri. O sangue nas palavras vermelhas de Edu Planchêz rasga as ilusões. João Carlos Faria Oito de outubro de 2024, São José dos Campos, SP, Brasil. O POEMA NAS MÃOS MONSTRUOSAS DE EL KHOURI Por: Edu Planchêz Maçã Silattian
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Saudades do que ainda não se viveu A Nydia Bonetti Tenho saudade. Saudade do que ainda não foi vivido. Das experiências que não tive. Quanta saudade de momentos não vividos. Muita saudade do que ainda não me tornei. Como eu poderia ter sido, e não fui. Nem sei se farei aquela viagem, se conquistarei aquele amor. Se escreverei aquele poema ou comporei a canção definitiva. Tenho saudade das possibilidades de ser, mas ainda não sou. Ter saudade é viver o agora. Tenho saudades. Joka Faria. Outubro de 2024.
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Coringa: Delírio a Dois Por Joka Faria Em meio aos resultados das eleições municipais deste domingo à noite, tenho a frieza de escrever sobre o filme Coringa: Delírio a Dois . Um filme que abre espaço para os clássicos musicais. Sim, é um musical que aborda as questões psicológicas de um Coringa mais humanizado, bem distante das narrativas de super-heróis. Espero que isso abra caminho para mais filmes assim no chamado Cinemão. Vou ao cinema desde a infância, na década de 70, nos cinemas de rua de minha cidade natal, Paraisópolis, MG, e em São José dos Campos, SP, no antigo Cine Palácio, que hoje dá lugar a um estacionamento. A estrutura do cinema no shopping Oriente, na Zona Sul de São José dos Campos, é maravilhosa. Fiquei imaginando como seria incrível ter teatros com uma estrutura semelhante. Deveria haver um incentivo nos grandes municípios para a construção de teatros em shoppings e galerias de arte. Hoje se define o destino das cidades brasileiras para os próximos quatro anos,