Segredos

Joka Faria


Inspirado na leitura de um poema de Juracy Ribeiro

Respiro profundamente e me silencio.
Somos silêncio.
Ninguém nos decifra em nossas encenações nas redes sociais.

Somos silenciosos,
mesmo eternamente presentes enquanto respiramos nas redes sociais.
Como absolutamente teatrais,
temos mais de cinco minutos de fama.

E em São Paulo somos um na multidão.
Não teremos a paz do cemitério,
nem a queima num crematório —
sempre existiremos.

Podemos estar casados,
namorando,
mas somos sempre segredo inconfessável.

Somos absolutamente segredos em nossas reflexões.
Somos absolutamente sós,
do nascer ao morrer.

Mistérios nunca desvendados,
nós devoramos a esfinge.

João Carlos Faria
27 de setembro de 2025, sábado

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