COMO A IA ESTÁ ESPIONANDO ALUNOS EM ESCOLAS PÚBLICAS DE SP
Educação pública: uma distopia?
Por Joka Faria
Entrar numa sala de aula é tão estranho, tão cheio de expectativas nos primeiros dias do ano. Novas turmas. A única rotina é a entrada e a saída. Planejar, calcular o que será dado. Conhecer cada turma, seus desafios. Uma escola é tão estranha.
Na educação infantil, é uma aventura. Crianças enfrentam o desconhecido. Nas creches, ficam o dia todo, desde bebês. Hora para tudo. Os atípicos representam um desafio. Na escola infantil, é uma equipe: professoras, agentes educadores, estagiárias, professoras eventuais… e às vezes eu, neste universo feminino. Mas que ofício gratificante!
Essas burocracias nos esmagam. Fazer planejamento é necessário, mas as coordenações e secretarias enchem as professoras de relatórios, documentos sem fim. E, no Estado de São Paulo, o governo usa inteligências artificiais para monitorar adolescentes. Que profissão é esta, cada vez mais massacrada, quase sem voz? Mas ainda dizem que somos intelectuais. Salários sempre defasados. Pouco movimento. Muitos querem parar; poucos se expressam nas redes sociais. Escolas fechadas aos finais de semana, e a sociedade não se dá conta.
Hoje, em plena era da Inteligência Artificial, nas salas devem prevalecer a inteligência humana e a empatia. Educação no século XXI, e todos ainda dentro de salas de aula? Esquecem da escola da ponte e criam, aos poucos, a pedagogia da mordaça na rede estadual de São Paulo, quase sem reação além da Apeoesp e de alguns deputados estaduais.
Educação deve ser um movimento de transformação. Ir às praças, pontos de cultura. Portões abertos em finais de semana, feriados, férias. Afinal, estamos na era da informação. Continuaremos no modelo prussiano em pleno século XXI? São Paulo quer realizar a distopia de 1984, de George Orwell. Acordemos: estamos numa distopia.
João Carlos Faria
31 de agosto de 2025, domingo
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