América: paz ou guerra?

por Joka Faria

Domingo. Silencioso domingo.
Enquanto Gaza agoniza de fome, o que devemos fazer? Apenas assistir?
Por que não vigílias diante das embaixadas? Nosso grito pode ecoar ali, enquanto nas ruas de São Paulo o padre Júlio Lancelotti ajuda a população em situação de rua.

Como aceitar essas situações de conflito e, ainda assim, dormirmos em paz?
Quantas famílias vivem com medo das milícias no Rio de Janeiro?
O crime nunca foi desorganizado. Resistir. Resistir a esses ataques ao Supremo.

Os americanos chegaram? Sempre estiveram aqui, nesta América Latina. É hora de libertar esses grilhões. Somos a América — um só continente. Fronteiras são marcas culturais de povos, criações humanas. Mas aí estão passaportes, dinheiro, barreiras linguísticas…
O que Henry David Thoreau diria destes dias tão efervescentes?

O mundo é um caos. Preservação ecológica? Mas “o petróleo é nosso”, dizia Monteiro Lobato. Energias limpas? Sim, mas lagoas são aterradas para erguer hélices barulhentas, e pássaros morrem nas noites silenciosamente. Quantas águas potáveis se perdem em data centers?

Tudo é energia. Quantos suores por essa energia? Quantos escravos morreram para construir a América? Quantos povos originários foram exterminados? E, na periferia, os pretos pobres continuam a morrer pelas mãos da polícia — dia após dia.

Pontos de cultura deveriam emergir nas periferias, fortalecendo cooperativas e redes locais. Mas, em vez disso, a água acaba nos recantos distantes das grandes cidades.

Enquanto escrevo, Gaza continua a ser devastada. Quantas Gazas em silêncio existem no mundo?

Como aprender a reagir, a se organizar, a criar saídas em nossas comunidades, em nosso entorno?

João Carlos Faria
10 de agosto de 2025, domingo

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