Por isso me diga coisas lindas agora

Joka Faria

Peguei um ônibus por acaso, sem saber que tinha me enganado. Lugares trocados, pouco dinheiro na conta, os créditos acabando. Era sábado, inverno frio. Trabalhadores tentavam voltar para casa — e cadê os ônibus? Tão poucos.

Só queria chegar à Praça Kennedy.

Alguns temem ataques a ônibus. E quem realmente cuida do povo? Ninguém. O povo, no meio do ponto, às 23h05. Finalmente, chega um ônibus para a Praça Kennedy. Enquanto isso, na capital, ônibus apedrejados.

O povo aos sábados, com poucos horários de ônibus. Sem ninguém que os ajude. Só na hora das eleições. Amém.

O show de Edson Souza e sua Revolução Psicológica valeu o esforço. A atenção da equipe do Sesi, impecável. Show perfeito, redondo, com gosto de quero mais. Fiz uma entrevista — só esqueci de apertar o play. O play. Nada mais que o play.

Na próxima entrevista, não esquecer de apertar o play. O play. O play.
Me perdi em sua humano, e não máquina.

Ele tocou Raul. Ah, Raul...

E Edson, com canções de Coisas Lindas, algumas em parceria com Elizabeth Souza — figura mitológica.

Depois, a desventura dos ônibus trocados. Uma pizza me aguardava. Um banho quente. E a certeza de um show memorável, com gosto de quero mais.

João Carlos Faria
20 de julho de 2025 — Domingo.

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