O Feirante das Palavras

A Ismael Alcacibas Jones

A feira. Dia de sábado.
Caminhei por toda ela, vendo o movimento, até a farmácia, para conferir o peso.

Peso que, aos poucos, está indo embora. Cortei doces — às vezes, uma exceção. Não tenho ido à nutricionista. Mas a feira é pura poesia. Tento imaginar um poema de Edu Planchez narrando sua ida à feira. Eu nunca farei igual. Cada poeta é um universo. Ele descreveria, talvez, a compra de uma dúzia de pokans.

Procurei uma oferta. Meus créditos estão acabando. Tenho procurado emprego. Dizem que o desemprego está em queda. Quero sentir isso no bolso. Vivo minha crise econômica — é parte da vida.

Terminei Letras. Tenho uma série de provas para concursos de professor. Estudar é um desafio nesta era de redes sociais. Às vezes, desligo tudo para ler. Tenho Drummond. Álvaro de Campos. Paul Constantinides.

E uma seleção de textos para os concursos. Criei um roteiro. Estudar é sempre prazeroso. Mas também me aventuro na produção para as redes sociais — YouTube, TikTok. O mundo, desde que é mundo, vive crises.

Mas ler nos abre os olhos. Imagine raciocinar! Como os poetas, com suas tantas diversidades.
Hoje, conversei com Juracy Ribeiro. Falei-lhe de um heterônimo. Escrever com outra voz. Dar alma. Se soltar.

Mas como Edu descreveria ir à feira?
A vida é vida. Nada mais que vida. O tempo passa, mas somos o agora.

Vou terminar o livro de Luiz Paulo Costa, sobre Chico Triste.

Ismael Alcacibas Jones divulga a literatura nas feiras. É o feirante das palavras.

A feira. Nas madrugadas, para Ismael, é o universo do cotidiano que o poeta experimenta.
Quantas histórias ele presencia?

Acredite: escrever é viver mais de uma vida. E cada verso é uma feira onde escolho o que me alimenta.

Joka Faria
12 de julho de 2025, sábado

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