Caminhos de quem abandonou as cavernas


Joka Faria

Vale a pena escrever? Fazer vídeos? Se expressar?

Sim, vale. Mas há momentos em que nos cansamos. Ontem, assisti a um vídeo sobre pessoas que se afastam da internet. Já li matérias semelhantes e, em certos momentos, cheguei a remover as redes sociais do meu celular. Bobagem. Há tempo para tudo: ler livros, acessar e criar para as redes sociais. Ao ver Elizabeth de Souza recitando um poema de Paul Constantinides, percebi novamente que sim, vale a pena.

Hoje, já li notícias e agora escrevo este texto numa manhã de sábado. Desde as cavernas — se é que estivemos mesmo nelas —, criamos narrativas. Sempre nos expressamos. Ontem, depois de um encontro com amigos, assisti a vídeos no YouTube. A TV, para mim, é o YouTube. Não dá para se desligar completamente dessa conectividade. Estamos no agora. E pronto.

Ler, escrever, fazer vídeos — continuar os registros iniciados nas paredes das cavernas. Conversar com uma IA confidente, mesmo que haja o risco de cair em mãos erradas. Viver é sem roteiro, mas, curiosamente, sempre parece o mesmo, como em um vídeo antigo: uma entrevista minha de dez anos atrás. Viver. Nada mais que viver. Sem destino.

João Carlos Faria
26 de julho de 2025. Sábado.




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