Reflexões de um Domingo
Por Joka Faria
Quem somos? O que somos?
O que realmente estamos a fazer aqui, nesta vida, neste intervalo entre o nascer e o morrer? Já tenho 55 anos, nasci em 1969.
Tive inúmeras experiências nesta vida: escola, trabalho, família, amigos.
Amores, quase nenhum. Uma eterna frustração em relação ao amor.
Este personagem que sou está sempre desfigurado em relação aos meus desejos. Mas são realmente desejos meus ou uma mera vontade do mercado? Um consumo da necessidade de ter, e não de ser? Hoje, quase todos vivem pelos seus celulares: redes sociais, fotografias, vídeos.
Temos esta necessidade de transformar as nossas vidas num imenso Big Brother.
A pornografia está à nossa volta, a cercar-nos. A exposição das nossas atividades sexuais tornou-se banal.
Lambuzamo-nos num clicar de dedos. As injustiças sociais estão presentes o tempo todo: a falta de empregos para muitos, a injustiça das reformas trabalhistas.
Vivemos numa sociedade que envelhece com o passar dos anos. As grandes cidades e os rios estão poluídos. Imaginem os mares.
O turismo do fim do mundo. Hoje, lê os jornais nos celulares. Apenas o livro impresso ainda resiste, mesmo com os dispositivos de leitura da Amazon.
Notícias falsas. Extrema-direita, que eu chamo de extrema pobreza humana.
Discos, CDs, DVDs tornaram-se obsoletos, mas o livro impresso resiste.
E o que é a vida? Sei que não deve ser só consumo. Esta necessidade avassaladora de escapar à rotina através de viagens...
Quando posso, vejo canais de filosofia e literatura no YouTube.
O que somos? Estamos a caminhar para o fim.
Lutas diárias da vida. O que de fato interferimos no curso da história?
Tudo parece um jogo de cartas marcadas nesta ilusão. Vou ver uma série qualquer. Quem sabe ainda publique alguns livros.
João Carlos Faria
Setembro de 2024, Domingo, Inverno, dia 8.
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