Lascas de iceberg em rede na varanda
Um livro de Fernando Selmer

Joka Faria

A noite de domingo chega e, com ela, a perspectiva da segunda-feira. Que estranha é essa sensação de uma segunda-feira. Este fim de semana experimentei a troca de aparelho celular: senhas, aplicativos e a escolha do aparelho de acordo com o bolso. Dias e dias de ajustes, descobrindo os recursos.

Fui ao lançamento do livro do Fernando Selmer. Foi a primeira vez que participei de um encontro presencial com o povo da cultura na cidade neste ano. Conversas com Léo Mandi. "Lascas de iceberg na varanda". E agora, noite adentro, no YouTube, por indicação de Mandi, vejo a Rádio Aguapé, um histórico sarau de ruas que acontece desde a década de 80. Nada como os saraus de rua e o encontro da ciranda da poesia.

Na outra semana, quarta e quinta, Letras Viajantes, 19 e 20 de junho. Perguntaram-me no sarau quando lançarei meu segundo livro. Digo que não sei. Só falta a bendita seleção, pois, felizmente, tenho material em abundância. Livros impressos são fundamentais. Eu os devoro. Mas lançarei também digitalmente.

E os jornais impressos estão acabando? Ler em livros e jornais faz uma diferença enorme. Nada contra as redes sociais. Não saberíamos viver sem elas? Diz a lenda das teorias da conspiração que a internet pode cair. Seria um caos voltar à vida dos anos 90, 80. Mas não devemos duvidar de nada...

Eu vi Persio Assunção cantando. Nada como os registros do YouTube. Perdi um canal histórico. Mas está tudo em nossas memórias. Quanto esforço para se fazer e viver de arte e cultura no Brasil.

Selmer sonha em fazer sua arte em Sampa. Eu já quero um canto na Mantiqueira, mais conectado. Vida longa e inspirações em meu novo celular. A vida esvai na ampulheta do tempo...

Que os saraus de rua voltem a todas as praças deste imenso Brasil. Sucesso ao livro de Fernando Selmer.

João Carlos Faria
Junho 9, 2024
Domingo

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