Rompi os tratados das boas condutas


Reflexões de Joka Faria



Minha sexualidade e meu jeito de ser sempre foi feminino.Nunca consegui fingir para mim mesmo. Eu deveria ter nascido mulher. Hoje me descubro às vezes bisexual. Muitas vezes heterosexual. Dizem que é gênero fluido.  
É um universo rico e muitas vezes proibido. Mas me cansei de ficar em armários. Rompi os tratados das boas condutas e não preciso sair por aí a declarar. Mas acho fundamental deixar escrito, pois a literatura e as artes retratam vidas, nem tenho noção de quem irá ler  este escrito?  Que irá para meu blog assim como outros que escreverei sobre este tema. Eu poderia  assinar com outros nomes. Mas para que? 
Não se trata de um heterônimo, se trata de mim mesmo. Meu EU nem um pouco confuso mas certeiro desde a infância sinto-me deslocado neste personagem masculino.Nesta simples camisa de força do gênero. A masculinidade para mim é estranha, um mero jogo de cena. Sou mais livre que a questão de um short, camisas, calças. Como gostaria da liberdade de saias, vestidos feitos para o corpo masculino. Pois vestidos são roupas desenhadas para o belo corpo feminino. Tive pouquíssimas experiências com homens. Gosto mais de fazer sexo com mulheres e da companhia feminina. Tenho minhas inumeras fantasias mas ai entra no que chamam de pornografia. 
A vida é curta deveria ter me assumido na juventude. Mas sucubimos as pressoes sociais, religiões, familia, sociedade, mas eu me escondi de quem? Além de mim mesmo. Me sinto leve em minhas sutis declarações.A solidão é minha companheira. Quem sabe uma mulher possa me entender e me amar como realmente sou em essência.


João Carlos Faria

Primavera de 2022 






    




    

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